É difícil extrair quem somos do que nos disseram ser.
O nome que damos as coisas também tem nome,
é o tal substantivo. Substantivo não é verbo,
verbo é a ação do sujeito que é outra categoria de coisa
e tanto pode ter nome próprio com letra maiúscula
ou ficar na invisibilidade oculto por não se sabe quanto tempo.
é o tal substantivo. Substantivo não é verbo,
verbo é a ação do sujeito que é outra categoria de coisa
e tanto pode ter nome próprio com letra maiúscula
ou ficar na invisibilidade oculto por não se sabe quanto tempo.
sei desde menino que as palavras têm o poder de fixar na memória as sensações que experimentávamos no momento que as ouvíamos pela primeira vez e aceitávamos como realidade o que elas representavam.
Que fique bem claro pra quem não é especialista:
linguagem é representação e cada um de nós é acúmulo de linguagens porque somos coisa nomeada, que se representa e é representada.
Gente é coisa tornada insignificante
embora os significados ocultos façam diferença.
Difícil mesmo é extrair quem somos de tudo que inventamos.
linguagem é representação e cada um de nós é acúmulo de linguagens porque somos coisa nomeada, que se representa e é representada.
Gente é coisa tornada insignificante
embora os significados ocultos façam diferença.
Difícil mesmo é extrair quem somos de tudo que inventamos.
Quando digo 'sou ele' se me perguntam quem sou, basta dizer neblina e a sensação de reviver o que está no passado volta refazendo sentidos, mudando o que penso de mim e descobrindo na densidade branca opaca de NEBLINA outro eu que dormia.
Franca amanheceu nublada, sinto que sou por um momento habitante de um wigwam cantado por Dylan.
Até que o sol aqueça meu quintal, a dor no meu peito tem nome e sobrenome, SAUDADE NOSTALGIA NEBLINA fará de mim eu compacto e descontínuo, sujeito tão opaco e triste quanto a canção de Bob Dylan na tessitura do tempo entrecortado substantivo.
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Baltazar Gonçalves
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Baltazar Gonçalves
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